quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dizem que a gente aprende com o tempo


       Amar e, sobretudo, querer ser amado por alguém é um dos motivos que impulsionam e nos dá força para continuar vivendo. Nas buscas pela pessoa idealizada, quebramos muito a cara porque sempre deixamos que a expectativa e a idealização do que acreditamos ser, se torne real para nós, quando na verdade, na maioria das vezes, a realidade dos nossos “achismos” só existem mesmo para quem os produz. Esta é a famosa ilusão. Pois bem.

Eu estou muito mal impressionada com o mundo e com a qualidade das pessoas que vivem nele. Saio de um conto de fadas para cair na ‘caverna do dragão’, de onde para nos darmos bem, temos que usar de mil artifícios e buscar conhecer o ‘vingador’ sob pena de cair em seus desmandos.
Fui casada durante 7 anos com um ser de alto nível. Extremamente maduro, espiritualizado, inteligente, romântico, amigo, dotado de inúmeras qualidades e pouquíssimos defeitos, absolutamente releváveis. Com 5 meses de separada, ainda estava envolta na magia de um casamento maravilhoso, embora sem realizações no meu nível pessoal.
Acreditei, sinceramente, que os homens fossem iguais ou muito parecidos com ele. Na mocidade não vivi relacionamentos sérios e, por este motivo, não conheci o universo masculino a ponto de me deixar quase que, desacreditada, de encontrar alguém que valha a pena conviver.
O mundo realmente está virado ou sempre esteve e eu é que nunca percebi? A minha decepção com essa classe chega às raias de querer definitivamente viver PARA e COM Jesus. Será que conseguirei?
O descortinar deste mundo novo de relacionamentos me assusta ao mesmo tempo em que me excita. Como uma criança que descobre os sabores pela primeira vez, me sinto impelida a de tudo provar para ver como é. Não que eu faça, óbvio.
Esses dias vivi algo muito curioso que me trouxe indeléveis ensinamentos. Descobri como sou ingênua. Tenho medo que as porradas da vida não me enrijeçam o couro a ponto de me transformar em alguém extremamente desconfiado. Confio demais, acredito demais, sou sincera demais. Isto, sem falsa modéstia, me eleva ao status de ser em extinção.
Que triste ser diferente só por seguir o coração...
Vivemos num mundo que para se conquistar alguém é preciso calar, sumir, não ligar quando se tem vontade, fazer de tudo e mais um pouco para ocultar os mais finos sentimentos; tudo para mostrar que não se tem o mínimo interesse. Se você fizer isso, é quase 100% de certeza que o outro vai te procurar. E, ainda tem o velho clichê: “tudo que é mais difícil é mais gostoso”. Eu não acho.
Somos quase que obrigadas a entrar no jogo das ilusões amorosas e saber jogar muito bem, se não...
Não é possível que não exista por aí alguém tão verdadeiro e sincero consigo mesmo que não se permita calar quando o que se quer é falar. Dizer que quer, que gostou, que ama...e também o contrário de tudo isso!Mas que seja a verdade!
Não é possível que não exista por aí alguém que valorize outro alguém que não queira fazer parte  desses detestáveis joguinhos amorosos!
Se você entra no jogo, dificilmente vai pescar alguém que valha a pena. Mas se você ser você mesma e encontrar alguém que conhecendo você como é, a aceite por ser assim, será muito, muito melhor.
Alguém especial merece outrem tão especial quanto: “O meu tá guardado”.
Porém, adotar uma postura sincera tem as suas conseqüências. Nem todo mundo está preparado para assumir o que sente e nem de lidar com que assume esta postura.
Se esta for a sua escolha, se prepare para não esperar reconhecimento e nem respeito pelo ato de nobreza moral que você está tendo. Seja segura de si mesma e se fortaleça para não criar nenhum tipo de expectativa. Se não conseguir ser assim, é melhor fazer os joguinhos e dominar as regras do mundo ilusório chamado Terra.
Eu quero alguém especial que seja digno de mim e que me aceite como sou.
Se vai dar certo ou não, só mesmo o tempo para dizer. Enquanto isto não acontece, vou vivendo, conhecendo as regras de um jogo com o qual não desejo brincar. Quando me cansar de ser eu talvez jogue um pouco e me entregue às ilusões dos bons jogadores e, quem sabe, me torne uma também. Quanto a isto, a gente aprende com o tempo com quem jogar e com quem não jogar.
Dizem que a gente aprende...com a vida.

2 comentários:

  1. Olá, Camila... Estou maravilhado com o teu jeito de escrever. MARAVILHOSO! Tuas palavras são, como diria Chê: "ser duro, mas não perca a candura..." Acho que foi mais ou menos isso que ele disse. Amei esta leitura que fazes da vida, das relações e do amor. Beijo carinhoso!

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  2. Realmente aprendemos com a vida, e na hora certa vai aparecer esse alguém especial que mereça o seu amor!
    O tempo sempre tem a melhor resposta!

    Muito lindo o seu texto!

    Amei!

    Beijos

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